A Pátria Investimentos já traça sua estratégia de expansão do Atakarejo após a confirmação da aquisição da rede baiana de supermercados por cerca de R$700 milhões. A gestora, que aguarda a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), planeja não nacionalizar a marca a curto prazo, mas reconhece seu potencial para futuras expansões em todo o país.
“Nosso objetivo continua a ser aproveitar as oportunidades regionais. Vemos um considerável potencial de crescimento no Nordeste, e nosso plano de expansão para a Atakarejo está focado nessa região”, explica Marcos Ambrosano, sócio do Pátria responsável pelo setor de varejo e ex-presidente do Makro no Brasil. O plano inclui a abertura de aproximadamente 50 lojas em um período de cinco anos, abrangendo também estados vizinhos à Bahia.
Com um faturamento de R$ 3,7 bilhões no ano passado, a Atakarejo é a sexta maior rede de varejo do Brasil, com 28 unidades somente na Bahia. Esses números demonstram o considerável potencial de crescimento do negócio. A competitividade da marca em relação a concorrentes de peso, como Assaí, Atacadão e Grupo Mateus, chamou a atenção do Pátria, que iniciou as negociações com a empresa há mais de um ano, embora o valor do negócio, estimado em cerca de R$ 700 milhões pelo mercado, não tenha sido divulgado pela gestora.
“Em nossas análises, identificamos que o Nordeste apresentava um forte potencial para a expansão do formato de atacarejo. A Atakarejo já tinha uma liderança consolidada nesse segmento. Pareceu-nos evidente que ela tinha todas as condições para crescer com um aporte de capital”, acrescenta Luiz Felipe Cruz, sócio do Pátria responsável por novos investimentos e private equity. O fundador da empresa, Teobaldo Costa, permanecerá no negócio com uma participação minoritária não revelada pela gestora.
Com a aquisição da rede baiana, o Pátria Investimentos ingressa em mais uma vertente do varejo alimentar, setor que tem sido objeto de estudo da empresa há pelo menos quatro anos, como lembra Cruz. A primeira incursão da gestora ocorreu em 2021, com a aquisição de supermercados regionais em cidades menores por meio da Plurix, que detém as marcas Avenida, Boa Supermercados e Superpão, atuando nas regiões do interior de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. “Os supermercados regionais mantêm um contato mais próximo com os clientes e nos permitem oferecer ofertas e serviços mais personalizados”, destaca Ambrosano.
“Esta é a nossa segunda incursão no varejo alimentar, pois identificamos que, além dos supermercados regionais, o atacarejo é outro formato vencedor dentro desse segmento”, enfatiza Luiz Felipe Cruz. “O investimento na Atakarejo está alinhado com nossa estratégia de identificar oportunidades em setores com potencial de crescimento e alta resiliência.”
O modelo de atacarejo tem ganhado destaque nos últimos anos devido a preços mais competitivos, especialmente em um contexto de poder aquisitivo reduzido e inflação elevada desde o início da pandemia. Atualmente, o país conta com mais de 2 mil lojas seguindo esse modelo, de acordo com dados da Associação Brasileira dos Atacadistas de Autosserviço (Abaas).
*Com informações do portal InfoMoney