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10 de outubro de 2024 18:07

Desempenho positivo: Indústria do Nordeste registra alta em julho de 2024

Desempenho positivo: Indústria do Nordeste registra alta em julho de 2024

Expectativas apontam para expansão com aumento de investimentos

A indústria no Nordeste apresentou resultados positivos no mês de julho de 2024, com um avanço de 3% em relação ao mês de junho. Quando comparado ao mesmo período do ano anterior, o crescimento foi de 3,9%, e, no acumulado de 2024 até julho, houve um aumento de 0,3%.

As informações foram divulgadas no Informe Macroeconômico do Banco do Nordeste. “A indústria do Nordeste vem refletindo de forma positiva o fortalecimento da atividade econômica regional, que tem ganhado impulso nos últimos meses,” destacou Allisson Martins, gerente executivo de Macroeconomia do Etene/BNB, em entrevista ao Investindo Por Aí.

Allisson Martins, gerente executivo de Macroeconomia do Etene/BNB (Foto: Acervo pessoal)

“Recentemente, o PIB brasileiro do segundo trimestre superou todas as expectativas, e o Nordeste tem se destacado com um crescimento econômico superior à média nacional. Esse crescimento mais acelerado está diretamente ligado a setores estratégicos, como a indústria”, continuou.

Martins ressaltou que, após enfrentar desafios significativos nos últimos anos, a indústria nordestina vem mostrando sinais de recuperação. “A indústria da região tem avançado, impulsionada pela melhora no mercado de trabalho e no rendimento das famílias, além de uma inflação controlada – fatores que, em conjunto, têm estimulado o consumo e, consequentemente, a demanda industrial”, explicou.

O gerente do BNB também apontou um aumento na capacidade instalada das indústrias, indicando um aquecimento na demanda por produtos industriais. “O número de empregados no setor industrial vem crescendo, e as empresas estão utilizando uma parcela maior de seus maquinários. Isso, aliado a um otimismo crescente entre os empresários, cria um cenário favorável para o setor.”

Quanto ao papel do Banco do Nordeste, Martins destacou a importância da instituição no desenvolvimento da indústria regional. “O BNB tem um papel estratégico, oferecendo linhas de crédito customizadas e aperfeiçoadas, com prazos e taxas diferenciadas, que atendem desde a modernização de maquinários até a ampliação ou implantação de novas indústrias,” afirmou. “Essas linhas de crédito são fundamentais para alavancar o setor industrial no Nordeste, que tem grande capacidade de gerar valor agregado, encadear cadeias produtivas e contribuir para o crescimento do PIB”, afirmou Martins.

Além disso, ele apontou os resultados positivos em setores específicos da indústria nordestina. “Produtos de metal, confecção, fabricação de bebidas, veículos automotores, têxteis e alimentícios estão entre os setores que vêm apresentando resultados promissores”, concluiu.

Defasagem cai em relação aos níveis pré-pandemia

Indústria do Nordeste registra alta em julho de 2024 (Foto: Reprodução/IBGE)

Segundo o relatório, no entanto, o desempenho industrial no Nordeste foi negativo na taxa anualizada, com queda de 1%, configurando-se como a segunda menor taxa entre as regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficando à frente apenas do Rio Grande do Sul, que registrou recuo de 1,2%.

Apesar desse cenário de queda, os dados indicam que a produção industrial do Nordeste conseguiu reduzir a defasagem em relação aos níveis pré-pandemia. Em junho de 2024, a produção na região estava 20,3% abaixo do registrado em fevereiro de 2020 – e a essa diferença foi reduzida para 17,2% em julho de 2024. No cenário nacional, a produção industrial já superou o nível pré-pandemia, com um patamar 1,4% superior ao de fevereiro de 2020, marcando o segundo mês consecutivo de recuperação.

Em termos setoriais, o crescimento da indústria de transformação foi um dos principais destaques na região, com avanço de 1,1% até julho de 2024. Entre os setores que impulsionaram esse crescimento, destacam-se a produção de borracha e plástico, que registrou alta de 9,7%; produtos de metal, com crescimento de 21,9%; e o setor de bebidas, que avançou 7,5%. O segmento de papel e celulose também registrou aumento significativo, com alta de 6,6%.

No entanto, a indústria extrativa apresentou uma forte retração, com queda de 18% no acumulado do ano. Esse recuo foi influenciado principalmente pela diminuição na produção de óleos brutos de petróleo, gás natural, minério de cobre e sal, que tiveram impacto negativo nos números gerais da região. A retração na indústria extrativa foi um dos principais fatores que impediram um desempenho mais expressivo do setor industrial no Nordeste.

Em relação à utilização da capacidade instalada (UCI), a indústria nordestina apresentou sinais de recuperação. Entre junho e julho de 2024, o índice subiu de 70% para 71%, marcando o segundo mês consecutivo de alta. Além disso, o número de empregados no setor industrial também registrou aumento nesse período, o que reforça a percepção de recuperação gradual da atividade industrial na região.

A pesquisa de Sondagem Industrial, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), revelou que as expectativas dos empresários do setor industrial no Nordeste se mantiveram otimistas na passagem de julho para agosto de 2024. Houve um aumento na previsão de demanda, exportações, compra de matérias-primas e contratação de novos funcionários. A expectativa de investimentos também cresceu, atingindo 62,4 pontos em agosto, acima da média histórica, que é de 53,6 pontos. Esse dado indica que os empresários da região estão confiantes em uma retomada mais robusta da atividade industrial nos próximos meses.

Os dados refletem uma recuperação modesta no setor industrial nordestino, que ainda enfrenta desafios, especialmente no setor de extração. No entanto, o aumento na utilização da capacidade instalada e o otimismo dos empresários indicam uma possível aceleração do crescimento nos próximos meses.

Confira a tabela com as taxas de crescimento da produção industrial no Brasil e no Nordeste:

Taxa de Crescimento da Produção Industrial (%) Brasil Nordeste
Julho 2024 / Junho 2024 -1,4% 3,0%
Julho 2024 / Julho 2023 6,1% 3,9%
Acumulado Janeiro-Julho 2024 3,2% 0,3%
Acumulado nos últimos 12 meses 2,2%

-1,0%

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