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23 de abril de 2025 15:30

Do Nordeste para o mundo, Pernambuco amplia sua vocação logística

Do Nordeste para o mundo, Pernambuco amplia sua vocação logística

Estado foca em infraestrutura e aposta em conexões globais para se consolidar como polo logístico estratégico
Foto: Divulgação

No coração do Nordeste, Pernambuco traça uma rota ambiciosa: tornar-se um dos principais centros logísticos do Brasil e da América Latina. Com posição geográfica privilegiada, voltada para rotas marítimas com destino à Europa, América do Norte e África, e infraestrutura em franca expansão, o estado vem atraindo investimentos e redesenhando seu papel na economia global.

Porto de Suape amplia alcance e mira competitividade internacional

Entre os pilares dessa transformação está o Porto de Suape. Com 15,5 metros de profundidade natural e um canal de acesso de 16,5 metros, o terminal é capaz de receber grandes embarcações e já se consolida como um dos principais portos de conexão da América do Sul, com ligações para mais de 160 destinos no mundo. “Suape tem se consolidado como um porto de excelência, atraindo cada vez mais investidores, especialmente no setor industrial”, afirma Pedro Macedo, presidente da Câmara Setorial de Logística de Pernambuco.

Ele destaca ainda o impacto do novo terminal da APM Terminals, que pode reduzir o tempo de conexão com a Ásia em pelo menos 25 dias — um avanço relevante para a competitividade brasileira. Márcio Guiot, diretor-presidente do porto, reforça: “Suape é uma ponte logística fundamental para o estado, integrando a economia local às cadeias globais de suprimento.” Segundo ele, além da modernização, a prioridade é ampliar a integração com outras estruturas logísticas, como rodovias, ferrovias e aeroportos. Guiot também sublinha a importância de uma malha interligada e eficiente. “Investir em rodovias e ferrovias é essencial. Isso não só facilita o escoamento de mercadorias, como reduz custos e acelera processos logísticos”, diz.

A conexão entre Suape e o interior do estado é vista como peça-chave para ampliar a competitividade de Pernambuco. Nesse sentido, a expansão da chamada “rota do agro” é uma das apostas do porto. O objetivo é posicionar Suape como corredor estratégico para exportação de insumos do agronegócio, setor em ascensão no estado.

A modernização da infraestrutura avança também nos aeroportos e rodovias. O Aeroporto Internacional dos Guararapes, no Recife, passa por expansão para receber mais voos internacionais e aumentar a capacidade de cargas. A construção do Arco Viário Metropolitano, por sua vez, promete melhorar o fluxo logístico e a ligação com polos industriais. Outro projeto crucial é a Ferrovia Transnordestina, ainda em construção, que deve fortalecer o transporte de cargas pesadas e interligar os centros de produção agrícola e industrial do Sertão com os portos do litoral.

Foto: Reprodução/Internet

Desafios à frente e caminhos possíveis

Apesar dos avanços, desafios persistem. A integração plena das ferrovias, a ampliação de terminais de carga e a disputa com outros polos logísticos no país — como o Porto do Pecém, no Ceará — ainda exigem esforços coordenados entre setor público e privado.

Para Pedro Macedo, parcerias são o caminho mais promissor: “As concessões e os arranjos público-privados têm acelerado essas transformações, permitindo que o estado mantenha foco em outras áreas sensíveis, como educação e saúde.” Em 2024, Pernambuco registrou seu maior crescimento econômico em 15 anos: 4,9% de aumento no PIB, superando a média nacional de 3,6%. O resultado é reflexo direto dos investimentos em infraestrutura e da movimentação de setores estratégicos. Só no último trimestre, a economia pernambucana cresceu quase o dobro da média do país.

Energia verde no horizonte

Alinhado às metas de sustentabilidade, o Porto de Suape também se prepara para ser um centro de transição energética. Selecionado pelo Ministério de Minas e Energia em 2024, o projeto Hub Suape prevê a produção, armazenamento e exportação de hidrogênio verde e e-metanol, com capacidade para gerar até 76 mil toneladas por ano e exportar 40% da produção. Além de contribuir para a descarbonização do transporte marítimo e aéreo, o projeto promete criar empregos e estimular a qualificação profissional em setores tecnológicos e sustentáveis.

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