A cearense S&J Solar, controladora da Sunplena, abriu uma oferta pública para captar R$ 1,165 milhão e financiar a construção de novas usinas solares no Ceará. A proposta é voltada a investidores interessados no modelo de condomínios solares — modalidade em que o retorno financeiro vem da geração de energia.
A captação, lançada em março na plataforma Uinvex (registrada na B3), já alcançou cerca de 51% da meta e segue aberta até o dia 12 de maio. O valor mínimo de entrada é de R$ 5 mil, com remuneração fixa de 2% ao mês durante 36 meses.
“A proposta oferece um retorno previsível, sem depender de variações no preço da energia ou do clima”, afirma Lucas Melo, CEO da Sunplena.
Como funciona o retorno?
O investimento é estruturado em três ciclos de 12 meses:
- 4º ao 12º mês: juros mensais de 2% e devolução de um terço do capital ao fim do período;
- 13º ao 24º mês: mesmo rendimento sobre o saldo restante, com nova amortização de um terço;
- 25º ao 36º mês: segue o mesmo modelo até a quitação total do valor aplicado.
Segundo Melo, a rentabilidade projetada chega a 22,4% ao ano, superando o CDI.
Segurança jurídica e liquidez
A oferta está registrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e conta com garantias reais equivalentes a três vezes o valor total da captação. Além disso, os contratos são tokenizados em blockchain pela B3, o que permite a negociação dos ativos de forma simplificada e segura.
“A tecnologia facilita a compra e venda das cotas e agiliza a transferência de contratos entre investidores”, explica o executivo.
Expansão das usinas solares
Com a arrecadação, a Sunplena pretende ampliar sua rede de usinas — atualmente com 45 em operação, todas no Ceará. A expectativa é repetir o modelo em novas captações nos próximos meses.
O que é um condomínio solar?
No modelo proposto, o investidor adquire uma cota de uma usina solar e passa a receber rendimentos oriundos da energia gerada. A Sunplena administra a operação, comercialização e manutenção, enquanto o cotista atua apenas como proprietário da fração — sem envolvimento direto com a cobrança de clientes.
“É como investir em um imóvel que gera aluguel automaticamente. O investidor não precisa gerir nada. Um software calcula o quanto de energia foi entregue a cada consumidor e nós cuidamos de todo o processo”, detalha Melo.