O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o estudo “Gestão do Território 2024”, que aponta Fortaleza (CE) e Recife (PE) como dois dos principais centros de gestão do território brasileiro. A pesquisa avalia o ranking das cidades na administração pública e na gestão empresarial, considerando a presença dos órgãos descentralizados e a conexão com a economia do país.
Dos 5.570 municípios alvos do estudo, 2.176 são centros de gestão do território – cidades que possuem unidades de empresas em diversos locais e órgãos públicos descentralizados. Os pesquisadores fizeram análises sobre a quantidade de empresas presentes nos municípios e quantas filiais em outras cidades estão ligadas a essas sedes. Recife aparece em quarto lugar nacional no ranking de principais centros de gestão pública – sendo único fora do eixo centro-sul entre os primeiros colocados – e é sede de importantes órgãos públicos, como: superintendências regionais do Instituto Nacional do Seguro Nacional (INSS) e da Receita Federal, tribunais regionais, entre outros.
A capital do Ceará é a cidade mais bem posicionada no ranking no setor empresarial, ocupando a sétima posição nacional e 11.553,5 pontos de intensidade das ligações empresariais – o que explica o grande número de empresas com sede ou filiais na capital, um dos pólos de decisão corporativa do país. Recife, por sua vez, também é um dos dez primeiros colocados, com 9.420,5 pontos – centro estratégico para o setor privado. A conexão entre essas capitais e outros mercados empresariais, reforçam sua importância e relevância no desenvolvimento regional.
Recife e Fortaleza também aparecem na pesquisa como centros empregadores do nordeste. O levantamento apontou que, na capital cearense, por exemplo, 118.860 pessoas são assalariados externos, ou seja, trabalham em filiais de empresas cuja sede está localizada em outro município. O volume de mão de obra nos dois municípios reforça o papel do Nordeste na dinamização do mercado de trabalho e na contratação de profissionais qualificados.
Salvador, Fortaleza e Recife também aparecem como os três principais centros empresariais do Nordeste no relatório. A maioria dos municípios da região aparece com baixa intensidade empresarial, de 0 a 5.000 pontos, já que a concentração acontece nas capitais e em cidades com infraestrutura logística desenvolvida, como as que possuem rodovias e portos estratégicos. No entanto, algumas cidades do interior se sobressaem no estudo, como Campina Grande (PB) e Feira de Santana (BA).
Para realizar o estudo, o IBGE utilizou indicadores que medem a presença de órgãos públicos, empresas multilocalizadas e ligações entre as entidades. Dados administrativos e empresariais também foram utilizados, a fim de mostrar a capacidade de um município influenciar decisões tanto regionalmente quanto nacionalmente.