O Ceará está prestes a se consolidar como um polo estratégico na indústria farmacêutica e de biotecnologia do Nordeste com a construção do Complexo Tecnológico em Insumos Estratégicos (CTIE). Localizado no município de Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza, o projeto receberá investimentos superiores a R$ 1 bilhão, fruto da parceria entre o Governo do Ceará, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Ministério da Saúde. As obras devem começar ainda este mês.
O CTIE será responsável pela produção de Ingredientes Farmacêuticos Ativos (IFAs) para diversos biofármacos. Entre os medicamentos estão tratamentos para cânceres, doenças crônicas, condições inflamatórias (como artrite reumatoide e doença de Crohn) e hormônio do crescimento.
Um dos destaques é a produção do IFA da insulina glargina, utilizada no tratamento do diabetes. Essa ação é fruto de uma parceria entre a Fiocruz e a empresa Biomm e deve abastecer o Sistema Único de Saúde (SUS) a partir do segundo semestre de 2025. Essa medida integra o Programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) e tem como objetivo reduzir a dependência de importações, promovendo maior segurança no abastecimento do medicamento.
O complexo, que ocupará uma área de 225 mil metros quadrados, receberá investimentos do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e deve iniciar a produção dos primeiros lotes em 2031. Com isso, estima-se a geração de mais de quatro mil empregos, contribuindo para o desenvolvimento econômico e tecnológico da região.
Biofábrica para combate às arboviroses
Outra iniciativa de impacto no estado é a construção da Biofábrica de Wolbachia, vista como estratégica pelo Governo Federal para o controle de arboviroses no país. Utilizando a bactéria Wolbachia, que está presente naturalmente em cerca de 60% dos insetos, o método impede que mosquitos Aedes aegypti transmitam vírus como dengue, zika e chikungunya.
A biofábrica terá capacidade para produzir até 50 milhões de ovos e 10 milhões de mosquitos por semana. Com um investimento de até R$ 88 milhões, os estudos indicam que cada real investido na unidade pode gerar uma economia de até R$ 549,13 em gastos com medicamentos, internações e tratamentos. Em um prazo de sete anos, a biofábrica poderá beneficiar 1.794 municípios nordestinos e 55 milhões de brasileiros, funcionando como um centro distribuidor da tecnologia para toda a região.