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11 de fevereiro de 2025 20:12

Nordeste ganha reforço federal na promoção do turismo e mira crescimento em 2025

Nordeste ganha reforço federal na promoção do turismo e mira crescimento em 2025

Uma pesquisa encomendada pelo Ministério do Turismo apontou que 53% das viagens domésticas previstas para o período de alta temporada neste ano serão para o Nordeste. A Embratur também pretende aplicar uma estratégia de divulgação que venda o turismo da região como um “produto único”
Foto: Reprodução: PBTur

Conhecida por ser a região dona das praias mais bonitas do Brasil, o Nordeste tem no turismo um dos seus maiores geradores de renda, principalmente durante o começo do ano, que engloba o verão e festas culturais como o Carnaval. Segundo dados da Embratur, o setor apresentou um aumento expressivo no último ano, recebendo 37,5% turistas internacionais a mais entre janeiro e setembro quando comparado com o mesmo período de 2023.

O esperado para 2025 é que aconteça um aumento ainda maior no número de turistas. Uma pesquisa encomendada pelo Ministério do Turismo apontou que 53% das viagens domésticas previstas para o período de alta temporada neste ano serão para o Nordeste. Com um ticket médio estimado em cerca de R$ 2500, somente no verão devem circular milhões de reais impulsionando o setor de serviços, um dos principais responsáveis pela geração de renda e empregos na região.

A ascensão de João Pessoa

A capital paraibana vem acumulando um número cada vez maior de admiradores nos últimos anos e promete ser um dos destinos mais procurados pelos turistas em 2025. João Pessoa, antes conhecida por suas praias pacatas, está irreconhecível para alguns moradores, graças a um verdadeiro “boom” na rede hoteleira e na infraestrutura da cidade. O site Booking.com, uma das principais plataformas de reservas e avaliações turísticas do mundo, colocou João Pessoa em terceiro lugar em sua lista de tendências para 2025, na frente de destinos como Willemstad, no Caribe, San Pedro de Atacama, nos andes chilenos, e Villajoyosa, cidade espanhola banhada pelo Mar Mediterrâneo.

Para Adriana Brambilla, professora do Departamento de Turismo e Hotelaria da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e coordenadora do Grupo de Cultura e Estudos em Turismo (GCET), o principal responsável por esse crescimento de notoriedade da capital paraibana é a recomendação de turistas que já visitaram a cidade.

“As mídias digitais permitiram uma ampla divulgação nacional e internacional, além de possibilitarem o que chamamos no marketing de boca a boca”, afirma Brambilla. “No ambiente digital, esse tipo de recomendação ganha um alcance significativo. Além disso, João Pessoa recebeu um grande número de novos moradores durante a pandemia, que também contribuíram decisivamente para a promoção da cidade”, conclui a docente.

Outro fator importante para esse “boom” turístico foi uma ação coordenada entre o setor público e privado para impulsionar João Pessoa a esse novo patamar. Parte desse processo, no ano de 2024 as secretarias de Turismo e Comunicação Social da capital veicularam a campanha “Destino: João Pessoa” em três dos aeroportos com maior fluxo do Brasil com o objetivo de solidificar a cidade como um destino competitivo e atrair ainda mais visitantes.

João Pessoa também passa por alguns problemas de crescimento esperados para um destino que passa a receber um número expressivamente maior de turistas em tão pouco tempo. Muitos moradores têm apontado para problemas no trânsito devido ao fluxo maior de pessoas se locomovendo dentro da cidade e um aumento no custo de vida, quando comparado com a última década. Segundo Adriana Brambilla, outro desafio é a necessidade de uma atenção especial do poder público em alguns pontos da infraestrutura da cidade.

“A situação das calçadas e o acesso às praias, por exemplo, ainda apresentam desafios. Um caso emblemático é o passeio do Seixas, onde turistas enfrentam dificuldades para embarcar e desembarcar”, aponta a professora. “Outra questão relevante é a do centro histórico, que possui um imenso potencial, mas enfrenta problemas relacionados à acessibilidade e segurança. O turismo não pode se limitar às praias; o centro histórico, com seu patrimônio valioso, precisa de melhorias significativas em infraestrutura antes de ser amplamente promovido”, comenta Brambilla.

Foto: Secretaria de Turismo de João Pessoa

O Nordeste como produto único

O caso de João Pessoa e a verdadeira transformação que a cidade vem passando graças ao aumento nas visitas de turistas aponta para uma estratégia valiosa para o desenvolvimento de toda a região Nordeste. Pensando nisso, o governo federal, por meio da Embratur, anunciou em dezembro de 2024 grandes investimentos através do Programa de Aceleração do Turismo Internacional (PATI). O primeiro edital do PATI em 2025 tem como foco o Nordeste, realizando, através de parcerias público-privadas com aeroportos e companhias aéreas, uma verdadeira força-tarefa com o objetivo de trazer mais voos internacionais para a região. Nesse primeiro edital serão investidos R$ 24 milhões com o objetivo de trazer pelo menos 260 mil novos assentos de voos internacionais para os aeroportos da região.

Pensando nesse cenário, a Embratur também pretende aplicar a partir de 2025 uma estratégia de divulgação que venda o turismo no Nordeste como um “produto único”. O objetivo é que ao invés de ter destinos diferentes disputando entre si, a região e suas belezas sejam divulgadas internacionalmente em bloco. Segundo a agência, essa divulgação integrada vai permitir que o turista internacional veja a possibilidade de criar itinerários conectando diversos estados da região, além de impulsionar a entrada dessas pessoas no Brasil através de aeroportos do próprio Nordeste.

Por isso, a Embratur irá coordenar uma participação conjunta dos nove estados da região em um roadshow na Europa no decorrer do primeiro semestre de 2025 para divulgar o turismo no Nordeste para os mercados do Reino Unido, da França e da Itália. Além disso, essa força conjunta também marcará presença em feiras especializadas na Espanha, nos EUA, na Alemanha, em Portugal e na Colômbia.

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