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23 de abril de 2025 14:54

Observatório Astronômico sofisticado vai ajudar desenvolvimento econômico de cidade do interior paraibano

Observatório Astronômico sofisticado vai ajudar desenvolvimento econômico de cidade do interior paraibano

O governo do estado da Paraíba, em parceria com a UEPB e instituições chinesas, inaugurou o primeiro Observatório Astronômico e Geoespaço
Foto: Divulgação/Governo da Paraíba

O governo do estado da Paraíba, por meio da Secretaria do Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties), junto a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) o Observatório Astronômico de Xangai e Academia Chinesa de Ciências, inauguraram, no fim de março, o primeiro Observatório Astronômico e Geoespaço da Paraíba. O equipamento está instalado na cidade de Juazeirinho, localizada no agreste do estado, a 210 km de João Pessoa e a 90 km de Campina Grande, sede da UEPB.

Criado para atuar como um centro de referência para a pesquisa, desenvolvimento, ensino e extensão nas áreas de geociências, astronomia e ciências correlatas, o observatório astronômico tem como objetivo principal, a partir de seus instrumentos, gerar uma base de dados para incrementar as pesquisas em andamento sobre a interação entre as diferentes regiões atmosféricas, bem como a relação Sol-Terra e as suas consequências, além de observar questões que envolvem mudanças climáticas, entre outras. O equipamento recém-inaugurado conta com dois telescópios acoplados, um servirá para a observação e monitoramento de detritos espaciais em órbita, que oferecem riscos de colisões com satélites ativos, ou até mesmo atingir o solo. Por outro lado, o segundo telescópio será dedicado a observação e monitoramento de asteroides que possam oferecer riscos à Terra.

O observatório astronômico foi construído em parceria da Prefeitura Municipal de Juazeirinho, que por meio da Secretaria de Infraestrutura e Urbanismo, doou o terreno para a instalação do equipamento e realizou ações para viabilizar o projeto. Em entrevista ao Investindo Por Aí, o doutor em Geofísica Espacial e um dos coordenadores do Observatório, Lourivaldo Mota falou sobre o processo de escolha da cidade.

“Geralmente as observações dos parâmetros da alta atmosfera como também astronômicas são realizadas a partir de sítios livres de interferências típicas da zona urbana e, nos casos de instrumentos ópticos, a luminosidade afeta as observações. Ademais, locais com baixa cobertura de nuvens e pouca precipitação são adequados. Dada a sua localização, distante cerca de 90 km de Campina Grande (sede da UEPB) e por apresentar características que se enquadram nos objetivos do projeto, o município de Juazeirinho surgiu como uma boa alternativa”, expôs Lourivaldo.

Além da parceria com a Prefeitura, a construção do observatório foi viabilizada devido a outra importante colaboração. Trata-se do Observatório Astronômico de Xangai e Academia Chinesa de Ciências, que foi responsável por custear toda a obra do equipamento paraibano com um investimento de R$11,6 milhões, o que representa um pouco mais de ¼ do PIB da cidade de Juazeirinho. Diante deste cenário, Lourivaldo também comentou sobre a importância do observatório para a economia local. “De certa forma, a presença do observatório vai exigir a melhoria na infraestrutura, como é o caso das estradas, telecomunicações e energia. Como consequência, teremos uma melhora na imagem da cidade, através do incentivo à preservação do céu noturno de forma a reduzir a poluição luminosa, melhorando a qualidade de vida, o que poderá contribuir inclusive para a valorização imobiliária.”

Evidentemente que além do grande impacto econômico que o Observatório pode gerar na economia local, é esperado que o equipamento seja fundamental para o incremento da pesquisa paraibana. Assim, o Observatório Astronômico e Geoespaço será um importante ativo para o Departamento de Física da UEPB. Para Arthur Diniz – mestre em Cosmologia pela USP – além do desenvolvimento de pesquisa, o observatório pode gerar uma reputação para a instituição e novas oportunidades para pesquisadores.

“Primeiramente, eu imagino que com a instalação do observatório, dependendo do quão importante ele venha a ser, é que o nome dele pode ficar conhecido ao redor do mundo por grupos de pesquisa que trabalham na área, o que gera mais reconhecimento nesse nicho. O segundo resultado prático que eu penso é em relação à parte técnica, para isso, vai ser preciso contratar técnicos, analistas, entre outros profissionais para poder viabilizar o projeto”, esclarece o pesquisador.

Além disso, na análise de Diniz, o observatório pode ser um importante atrativo do ponto de vista educacional. Assim, segundo ele, é provável que o equipamento instigue alunos para áreas de pesquisas relacionados à física experimental, observacional e aplicada. Além de incentivar a instituição a ter mais professores estudando nessa área.

Foto: Divulgação/Governo da Paraíba

Outros observatórios pelo Nordeste

Além do Observatório Astronômico e Geoespaço, a Paraíba também possui outro equipamento desta categoria. Trata-se do Projeto BINGO – uma sigla para Baryon Acoustic Oscillations In Neutral Gas Observations – localizado na cidade de Aguiar, no sertão paraibano. Com um investimento de R$16 milhões do governo do estado da Paraíba, o observatório é uma colaboração internacional liderada pela USP e outras instituições como a UFCG, e países como China.

Sendo o maior radiotelescópio da América Latina, o BINGO tem como objetivo principal estudar cosmologia e astrofísica, detectando oscilações acústicas de Bárions  –  que são ondas geradas pela interação dos átomos com a radiação do início do universo, que podem ser observadas por meio de ondas de rádio. Com uma estrutura equivalente ao tamanho do Maracanã, ele é encorpado com uma antena parabólica de espelhos do radiotelescópio com um corpo aproximado ao de um campo de futebol.

Por fim, a escolha da cidade de Aguiar se deu por um motivo técnico, após um longo estudo e a conclusão de que a área não possuiria a contaminação ou interferência de sinais de celular ou aeronaves, o que é fundamental para o funcionamento do telescópio.

Ao todo, a região Nordeste possui 12 observatórios espalhados por cinco estados. Desse número, 10 deles são públicos e universitários, os outros 2 são equipamentos particulares.

Claro! Aqui está a tabela atualizada com a cidade de Maceió adicionada ao observatório de Alagoas, e a coluna “Localidade” renomeada para Cidade:

Categoria Estado Observatório Cidade
Públicos e Universitários Alagoas Observatório Astronômico Genival Leite Lima (OAGLL) Maceió
Bahia Observatório Astronômico Antares – UEFS Feira de Santana
Observatório Astronômico UESC – UESC Ilhéus
Ceará Rádio-Observatório Espacial do Nordeste – INPE Eusébio
Observatório Astronômico Otto de Alencar – Universidade Estadual do Ceará – UECE Fortaleza
Pernambuco Observatório Astronômico da Torre Malakoff Recife
Observatório Astronômico da Sé Olinda
Observatório Astronômico do Sertão de Itaparica (OASI) Itacuruba
Paraíba Observatório Astronômico e Geoespaço da Paraíba Juazeirinho
Projeto BINGO (Baryon Acoustic Oscillations In Neutral Gas Observations) Aguiar
Particulares Bahia Observatório Astronômico Zeus Cedro de Barrocas
Ceará Observatório Astronômico do Colégio Christus Fortaleza

 

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