Petrobras e Braskem firmaram um acordo para aprofundar os estudos sobre projetos de captura e armazenamento de carbono (CCS, na sigla em inglês) na Bahia. O objetivo é avaliar a viabilidade técnica e econômica de criar um hub regional que reúna fontes emissoras e infraestrutura compartilhada para armazenar CO₂ em reservatórios geológicos monitorados.
O Memorando de Entendimento (MoU), assinado pelas duas empresas na última semana, prevê análises conjuntas sobre captura, transporte e armazenamento de dióxido de carbono, além de potenciais modelos de negócio voltados à economia de baixo carbono.
Segundo Jair Toledo, gerente geral de Concepção e Implantação de Projetos de Energias Renováveis da Petrobras, a adoção de um modelo de hub conectado por uma malha de gasodutos amplia a eficiência e reduz custos, favorecendo o uso do CCS como estratégia de descarbonização em larga escala.
“O segmento petroquímico é uma das áreas em que a Petrobras pode agregar valor, tanto em parcerias de baixo carbono quanto em acordos comerciais vinculados aos projetos da companhia. Isso inclui não apenas CCS, mas também energia renovável, hidrogênio e combustíveis sustentáveis”, afirmou Toledo.
Reservatórios geológicos já estão sendo mapeados
A Petrobras já iniciou o mapeamento de possíveis áreas para armazenamento seguro de carbono na base de Taquipe, localizada a cerca de 80 quilômetros de Salvador. A empresa também estuda estruturas na Bahia que poderão integrar o futuro hub de CCS.
Para Stenio Jayme, gerente executivo de Terras e Águas Rasas da Petrobras, o estado reúne condições estratégicas para projetos de baixo carbono.
“A Bahia é um local muito promissor para o CCS e outras iniciativas sustentáveis. Pretendemos aplicar o conhecimento adquirido ao longo de décadas para viabilizar soluções que apoiem a transição energética do Brasil, com foco no desenvolvimento econômico, social e ambiental”, destacou Jayme.
Braskem já evitou emissão de 1 milhão de toneladas de CO₂
A Braskem, por sua vez, vem ampliando seu portfólio de descarbonização e já acumula mais de 1 milhão de toneladas de CO₂ evitadas com iniciativas que, segundo a empresa, também geraram ganhos de competitividade. Isso representa cerca de 10% das emissões de escopos 1 e 2 do seu inventário de carbono.
Gustavo Checcucci, diretor de Energia e Descarbonização da Braskem, vê no CCS uma rota promissora e estratégica para o país.
“Acreditamos que as sinergias entre Braskem e Petrobras têm potencial decisivo para acelerar a transição energética no Brasil. O CCS é uma tecnologia com alto potencial de abatimento de emissões e merece ser estudada com profundidade técnica e econômica”, afirmou.
O memorando é mais um passo rumo à consolidação de tecnologias de captura de carbono como parte da estratégia brasileira para enfrentar as mudanças climáticas e fomentar uma economia mais sustentável.