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21 de maio de 2025 20:24

Poupança e programas de moradia impulsionam setor imobiliário no Ceará

Poupança e programas de moradia impulsionam setor imobiliário no Ceará

O setor projeta um valor geral de vendas (VGV) de R$ 5 bilhões para 2025, com expectativa de crescimento contínuo, especialmente nos segmentos de padrão econômico
Mercado imobiliário
Mercado imobiliário cearense apresenta números recordes | Foto: Pixabay

O setor imobiliário cearense registrou um desempenho notável em 2024, impulsionado por diversos fatores, incluindo o aumento dos financiamentos, o crescimento das vendas e iniciativas governamentais que facilitaram a aquisição da casa própria. Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o volume de financiamentos imobiliários com recursos da poupança no estado atingiu R$ 3,7 bilhões, um aumento de 25,18% em relação a 2023 e de 84,3% na comparação com 2020.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará (Sinduscon-CE), Patriolino Dias de Sousa, destacou que essa expansão foi favorecida pela solidez das incorporadoras locais, pela crescente demanda estimulada pelo fortalecimento econômico e pela confiança do consumidor. O setor projeta um valor geral de vendas (VGV) de R$ 5 bilhões para 2025, com expectativa de crescimento contínuo, especialmente nos segmentos de padrão econômico, salas comerciais, segunda moradia e imóveis de alto padrão.

Outro fator relevante para o mercado imobiliário foi o crescimento do financiamento via Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para imóveis usados, que aumentou 28,87% em 2024 no Ceará, superando a média nacional de 14,62%. O montante movimentado passou de R$ 190,3 milhões para R$ 277,3 milhões, com um incremento de 385 unidades vendidas. Apesar do aumento, especialistas alertam para possíveis desafios futuros relacionados à taxa de juros e às recentes mudanças nas regras de financiamento do FGTS, que reduziram o teto do valor dos imóveis usados financiados de R$ 350 mil para R$ 240 mil.

Por outro lado, a venda de imóveis novos financiados com recursos do FGTS registrou um crescimento ainda mais expressivo, de 42,15%, saltando de R$ 2,639 bilhões para R$ 3,753 bilhões. A política habitacional do Governo Federal tem priorizado a construção de novas moradias, principalmente para famílias de baixa renda, o que tem impulsionado os investimentos nesse segmento.

Entrada Moradia

O impacto dessas políticas pode ser observado em programas estaduais, como o Entrada Moradia Ceará, que tem facilitado o acesso à casa própria para famílias de baixa renda. O programa oferece um subsídio de R$ 20 mil para arcar com a entrada do financiamento de imóveis das faixas 1 e 2 do Minha Casa Minha Vida. Desde seu lançamento, já foram assinados dois mil contratos, e outras 1.500 propostas estão em trâmite. Em 2024, foram beneficiadas 3.500 famílias, com um investimento estadual de R$ 70 milhões.

O governador do Ceará, Elmano de Freitas, enfatizou que o programa não apenas facilita a compra de imóveis para famílias de baixa renda, mas também estimula a economia e a geração de empregos no setor da construção civil. A iniciativa já demonstrou um impacto significativo, aumentando a demanda por imóveis e fortalecendo o setor imobiliário local.

A expansão do programa Entrada Moradia também chegará à região do Cariri, onde o mercado imobiliário apresentou um crescimento expressivo. Em Barbalha, de oito mil unidades lançadas, sete mil foram vendidas, enquanto Juazeiro do Norte registrou a comercialização de 15 mil lotes dos 18 mil ofertados. O setor segue aquecido em Sobral, onde os apartamentos de um quarto foram os mais procurados, com 228 unidades vendidas das 280 lançadas.

Esses resultados refletem o melhor momento do setor imobiliário cearense nos últimos oito anos, com um VGV de R$ 8,5 bilhões em 2024, um crescimento de 25% em relação ao ano anterior. O Sinduscon-CE credita parte desse avanço à parceria entre o setor privado e o governo, ressaltando que programas como o Entrada Moradia foram demandas apresentadas pela própria entidade ao poder público.

Diante desse panorama, as expectativas para 2025 seguem positivas. No entanto, desafios como a taxa de juros e as novas regras para financiamento imobiliário devem ser acompanhados de perto pelos especialistas e pelo mercado. Ainda assim, o setor imobiliário cearense demonstra um dinamismo significativo, impulsionado pelo fortalecimento econômico, pelo incentivo à construção civil e pelo sonho da casa própria que se torna realidade para milhares de famílias.

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