A construção da ponte na BR-349, ligando as cidades de Penedo (AL) e Neópolis (SE), representa um marco histórico para a região do Baixo São Francisco. Com um investimento de R$203 milhões, a ordem de serviço foi assinada em janeiro deste ano, e o prazo estimado para execução das obras é de 36 meses.

O governador de Alagoas, Paulo Dantas, comenta sobre a importância da obra para o aumento no movimento econômico da região. “A nova ponte Penedo-Neópolis será fundamental para o desenvolvimento econômico da região. Além do potencial turístico, a nova conexão permite que o fluxo comercial se intensifique, o custo de operação se reduza e a geração de empregos aumente”, destaca.

George Santoro, secretário-executivo do Ministério dos Transportes, acredita que a nova ponte irá facilitar o deslocamento, reduzir os custos logísticos e impulsionar o turismo e o comércio locais. “A ponte Penedo-Neópolis é um desejo antigo de mais de 30 anos da população do norte de Sergipe e do sul de Alagoas, devido ao difícil acesso e alto custo das balsas. Por isso, o ministério está conduzindo a obra com muita transparência e sempre atento às necessidades das populações. Com o início das obras previsto para julho e o primeiro estaqueamento em setembro, o projeto está avançando rapidamente”, afirma.

O doutor em economia e professor adjunto da Universidade Federal de Sergipe, Luiz Carlos Ribeiro, concorda que a facilitação do transporte de mercadorias através da nova ponte é um dos principais benefícios esperados, prevendo redução nos custos operacionais e preços dos fretes e tarifas. “Uma ponte dessa magnitude, ligando Alagoas e Sergipe, vai beneficiar diretamente o comércio e reduzir o custo de transporte, uma vez que o trajeto de um do ponto A para o ponto B, será facilitado”, comenta.

Além disso, a melhoria na infraestrutura rodoviária deve atrair um maior fluxo turístico, contribuindo para o desenvolvimento de setores como comércio e serviços, além de beneficiar a hotelaria, bares e restaurantes.

Melhoria na qualidade de vida e acesso a serviços essenciais

Cerca de 80 mil moradores do Baixo São Francisco serão beneficiados com o novo empreendimento, que promete transformar a realidade local ao oferecer um meio de transporte mais seguro e eficiente para os habitantes de ambas as cidades e seus arredores. Atualmente, a travessia dura cerca de 15 minutos por balsa, mas com a nova infraestrutura, será reduzida para menos de dois minutos, otimizando o deslocamento e integrando ainda mais as duas localidades.

Ronaldo Lopes, prefeito do município de Penedo, afirma que as cidades, antes isoladas pelo Rio São Francisco, as cidades passarão a ser um ponto central de interligação entre esses estados importantes do Nordeste. “A ponte sobre o Rio São Francisco será crucial para o desenvolvimento de Penedo e Neópolis, praticamente tornando-as uma só cidade. O desenvolvimento virá naturalmente, seja no turismo, com a interligação entre Sergipe e Alagoas, ou na indústria e comércio, facilitando a conexão entre outros estados do Nordeste, a partir de Penedo e Neópolis”, declara.

Penedo, com 58.650 habitantes, e Neópolis, com 16.426 moradores, estão entre as cidades do trecho chamado de Baixo São Francisco, que corta os estados de Alagoas, Sergipe, Pernambuco e Bahia. Considerado um rio de integração nacional, o São Francisco é um dos principais vetores de desenvolvimento, principalmente do Nordeste do país.

“Ligar dois estados potentes do Nordeste é fortalecer, de fato, o turismo na região e incrementar o fluxo econômico, impactando positivamente para o desenvolvimento social”, de acordo com a secretária de Estado do Turismo de Alagoas, Bárbara Braga, que reforça ainda que a ponte, na BR-349, ligará as cidades de Penedo (AL) e Neópolis (SE), na região do Baixo São Francisco, concretizando um sonho antigo dos moradores da região, que atualmente fazem a travessia por meio de balsas – mais de 6 mil pessoas atravessam de balsa por mês, sendo mais de 40% vindos de Sergipe.

Carlos Guedes, atual assessor da Prefeitura de Neópolis e ex-prefeito do município, diz que a ponte é redenção, é o caminho do desenvolvimento: “Atualmente, é difícil uma empresa se instalar na região do Vale do São Francisco, mas a ponte proporcionará mobilidade e integração entre Sergipe, Alagoas e todo o Nordeste”, afirma.

Movimentação econômica desde o início das obras

No início de maio, o canteiro de obras ocupou seu espaço na área da Fazenda Ilha das Ervas, localizada em Penedo, entre a margem do Rio São Francisco e a Estrada Euclides Idalino. Com isso, a movimentação econômica da região já apresenta resultados positivos, com a geração de empregos diretos após o consórcio receber currículos para a seleção de trabalhadores, incluindo pedreiros, serventes de pedreiro, carpinteiros, eletricistas e vigilantes.

Segundo Luiz Carlos, na economia, ao avaliar os impactos de grandes obras de infraestrutura, destacam-se dois tipos principais de impacto que afetam setores de maneiras distintas. “Inicialmente, temos a fase de construção, onde o setor de construção civil e os fornecedores de matéria-prima são os mais impactados. Depois, na fase de operação, outros setores, como turismo e comércio de bens e serviços, são afetados, pois a infraestrutura facilita o comércio entre os estados”, explica o economista.

Etapa atual da construção

A ponte terá uma extensão de 1,08 km e 12,25 km de acessos, com uma largura de 21,1 m que incluirá calçadas e ciclovias. O vão central de 300 metros permitirá a navegação no rio São Francisco, essencial para a continuidade das atividades econômicas e ambientais da região.

A fase atual da construção da ponte entre Penedo-AL e Neópolis-SE está focada nas sondagens do solo, iniciadas há aproximadamente um mês. As sondagens são fundamentais para analisar detalhadamente as características do terreno onde serão estabelecidas as fundações das cabeceiras da ponte na margem alagoana do Rio São Francisco.

O canteiro de obras foi instalado pelo consórcio empresarial vencedor da licitação conduzida pelo Ministério dos Transportes, sob a gestão do senador licenciado Renan Filho. Os trabalhos estão em pleno andamento, marcando uma fase crucial no desenvolvimento do projeto.