O saldo das operações de crédito do Sistema Financeiro Nordestino atingiu R$812,6 bilhões em abril de 2024, apresentando um crescimento de 10,4% em comparação ao mesmo mês de 2023. O desempenho supera a média nacional, que registrou um aumento de 8,7% no mesmo período.
Em entrevista exclusiva ao Investindo Por Aí, Allisson Martins, economista e gerente executivo de Macroeconomia do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene) do Banco do Nordeste, aponta o vetor econômico como o principal fator que contribui para o avanço do crédito na região. “Observamos que os estados nordestinos estão apresentando uma performance econômica acima da média brasileira, o que se reflete na demanda por crédito”, afirma.
No primeiro quadrimestre de 2024, a expansão do crédito na região Nordeste foi impulsionada tanto pelo crescimento das carteiras de crédito das empresas, que aumentaram 11,6%, quanto pelo das famílias, que subiram 9,9%. Ao final do quadrimestre, 70,5% do saldo das operações de empréstimos e financiamentos estavam destinados às famílias, enquanto 29,5% eram destinados às empresas.
“O crédito viabiliza a expansão das atividades nos mais diversos setores, seja para investimento em máquinas, equipamentos, infraestrutura ou verbas relacionadas ao capital de giro. Essa atividade econômica mais intensa no Nordeste impulsiona a demanda por crédito e confirma a importância do vetor econômico”, explica Alisson Martins.
Desempenho por estado
Entre os estados da região, Piauí (+14,4%) e Maranhão (+12,3%) registraram as maiores elevações no saldo das operações de crédito em abril de 2024, comparado ao mesmo mês do ano anterior. Os estados com os maiores volumes totais de crédito no Nordeste são Bahia (R$221,9 bilhões), Pernambuco (R$131,2 bilhões) e Ceará (R$127,5 bilhões).
Comparação entre as regiões
No Brasil, a maior expansão no saldo de crédito nos últimos doze meses, terminados em abril de 2024, ocorreu na Região Norte, com um crescimento de 15,7%. A Região Centro-Oeste ficou em segundo lugar com um aumento de 13,5%, enquanto o Nordeste ocupou a terceira posição com um crescimento de 10,4%, ainda acima da média nacional de 8,7%.
Perspectivas futuras
A melhora de indicadores econômicos, como a redução do desemprego, o aumento da renda e o processo de desinflação, são fatores que devem continuar a impulsionar o crédito no Nordeste.
“A combinação de três pontos essenciais — a redução da taxa de desemprego, a melhora da renda e uma inflação mais amena — tem estimulado o crescimento econômico da região. Essa força motriz está impulsionando a economia regional e impactando diretamente na maior demanda por crédito”, comenta o economista.
