Esta é a última matéria do Investindo Por Aí, deste ano. Uma ótima oportunidade para recordarmos o que aconteceu de mais relevante na economia da região Nordeste. Relendo todas as matérias que foram publicadas em 2024, descobrimos que as mulheres tiveram uma participação muito importante este ano, em quantidade e qualidade – e, em investimento e empreendedorismo.
Falamos sobre impactos econômicos, exploramos o que o Nordeste tem de melhor e destacamos os maiores e melhores investimentos que invadem a região. Incertezas internas e externas impactaram indicadores econômicos ao longo do ano.
E ao olhar para as expectativas dos investidores, 2025 será o ano de grandes negócios, entrega de obras, e continuação de muito trabalho.
Confira as notícias mais importantes que aconteceram de janeiro até abril:
O Nordeste registrou o maior índice de crescimento econômico do Brasil no primeiro trimestre de 2024, de acordo com o índice IBCR-NE, medido pelo Banco Central. A região avançou 3,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, superando a média nacional de 1%. Esse desempenho coloca o Nordeste no topo da atividade econômica do país, algo que não ocorria desde março de 2015.
Comércio e serviços impulsionam resultados
Segundo o Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), ligado ao Banco do Nordeste, o crescimento foi sustentado pelo desempenho positivo nos setores de comércio e serviços. O volume de recursos aplicados nesses segmentos aumentou 47%, passando de R$1,9 bilhão no 1º trimestre de 2023 para R$2,8 bilhões no mesmo período de 2024.
Ceará lidera entre os estados nordestinos
No ranking estadual, o Ceará se destacou com crescimento de 4,4% no índice de atividade econômica, impulsionado por um aumento de 9,1% nas vendas do comércio varejista. A Bahia teve alta de 3,1%, enquanto Pernambuco cresceu 2,5%.
Investimentos estratégicos
O Ceará já firmou mais de 30 acordos para produção de hidrogênio verde, com investimentos estimados em US$30 bilhões (R$145,7 bilhões). O estado também possui 100 parques eólicos em operação e avança na energia solar, com 419 projetos em desenvolvimento.
Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) revelam que o Ceará possui 100 parques eólicos gerando 2.577 MW de potência, com outros 72 empreendimentos em construção ou não iniciados | Foto: Reprodução.
Entre janeiro e setembro de 2023, a Bahia recebeu R$3,96 bilhões em investimentos, gerando 5 mil empregos diretos e indiretos. Projetos de qualificação profissional, como o “Bairro Empreendedor”, também visam ampliar a geração de renda.
Complexo Eólico Tucano é o primeiro parque do Brasil a ter operação e manutenção realizadas localmente por uma equipe formada somente por mulheres | Foto: Divulgação – Secom/GOVBA.
Já em Pernambuco, investimentos privados somaram R$2,6 bilhões em 2023, com a criação de 59.902 empregos formais. Para os próximos quatro anos, o Plano Plurianual (PPA) prevê triplicar os investimentos públicos, alcançando R$24,7 bilhões.
Porto de Suape, em Pernambuco | Foto: Rafael Medeiros
Projeções otimistas
Dados do relatório de Cenários Regionais de Atividade Econômica da Tendências Consultoria apontam que o Nordeste tem o maior potencial de crescimento econômico no Brasil entre 2025 e 2033. Governos estaduais, como os de Pernambuco, Ceará e Bahia, vêm apostando em investimentos públicos e privados em setores estratégicos, como energia e infraestrutura, para consolidar esse cenário.
Região se consolida como potência turística e econômica durante o Carnaval 2024
O sucesso do Carnaval de 2024 não apenas aqueceu o setor de bares e restaurantes do Nordeste, mas também consolidou a região como um dos principais polos turísticos do Brasil. Capitais como Salvador, Recife e Fortaleza, além de cidades turísticas como Maragogi, destacaram-se no cenário nacional, registrando recordes de movimentação e faturamento. O crescimento resulta do planejamento estratégico dos governos, investimentos em infraestrutura e segurança, e da retomada do turismo, impulsionado pela hospitalidade nordestina.
Carnaval de Olinda | Foto: Reprodução.
A injeção de R$6,6 bilhões na economia baiana, por exemplo, demonstra o impacto direto das festividades no comércio e nos serviços, beneficiando tanto grandes estabelecimentos quanto pequenos empreendedores. O Nordeste soube atrair públicos variados, da agitação às férias tranquilas, com destinos como Maragogi e Maceió impulsionando a economia e reforçando o papel estratégico do turismo no desenvolvimento regional.
Para os próximos anos, o setor se prepara para manter essa curva de crescimento. A Abrasel e os governos estaduais já trabalham em ações integradas para fortalecer a cadeia produtiva, ampliando a qualificação da mão de obra e os incentivos para pequenos negócios. A expectativa é que os bons resultados atraiam mais investimentos, consolidando o Nordeste como potência cultural, econômica e turística, unindo tradição e desenvolvimento sustentável.
Nordeste impulsiona geração de empregos e alcança patamar histórico
O Nordeste registrou no primeiro trimestre do ano o segundo maior volume de empregadores com CNPJ desde o início da série histórica, totalizando 549 mil. Esse resultado fica atrás apenas do quarto trimestre de 2017, quando a região atingiu o pico de 552 mil empregadores. Os dados, extraídos da PNAD Contínua trimestral do IBGE e analisados com exclusividade pelo Investindo por Aí, demonstram o Nordeste como uma região estratégica para o empreendedorismo, sustentado principalmente pelo fortalecimento dos setores de turismo, gastronomia e serviços.
Segundo especialistas, os números refletem não apenas a recuperação pós-pandemia, mas também o impacto de políticas públicas que incentivam o pequeno e médio empreendedor. Em estados como Pernambuco, Bahia e Ceará, ações governamentais têm estimulado a formalização de negócios, além de fomentar mercados-chave como o turismo cultural e ecológico.
Novos horizontes para o mercado exportador no Nordeste
O evento Exporta Mais Brasil, realizado entre os dias 10 e 12 de abril em Maceió, reuniu 20 empresas brasileiras, sendo 13 de Alagoas, em rodadas de negócios com compradores internacionais da Polônia, China, Malásia, África do Sul, Índia e Canadá. Além de impulsionar setores tradicionais, como o de cera de carnaúba — produto exclusivo do Nordeste, principalmente no Piauí e Ceará —, a ApexBrasil destacou o crescimento de segmentos como tecnologia e móveis. A Paraíba, por exemplo, desponta como líder regional no setor moveleiro, atraindo investimentos e participando de feiras internacionais como o Salão do Móvel de Milão.
Foto: Agência Alagoas.
Contudo, o evento também evidenciou novas frentes de negócios, como o setor tecnológico, que vem ganhando força em polos como o Porto Digital, em Pernambuco, e o Centro de Inovação do Jaraguá, em Alagoas. Esses ecossistemas já abrigam empresas que iniciaram transações internacionais e outras com grande potencial de expansão.
De maio até agosto a economia do Nordeste só cresceu:
Entre os meses de maio e agosto de 2024, o portal Investindo por aí trouxe em suas matérias as principais informações sobre os avanços importantes na economia do Nordeste, evidenciando o crescimento regional em diversos setores estratégicos. As notícias destacaram desde o fortalecimento de grandes empresas até iniciativas de inovação tecnológica e expansão portuária, consolidando a relevância econômica da região no cenário nacional.
Em junho, o ranking anual “Valor 1000” destacou as 63 maiores empresas com sede no Nordeste, mostrando o crescimento robusto de setores como química, petroquímica, petróleo e gás. Empresas como Braskem, Acelen e Suzano lideraram o ranking, com faturamentos bilionários que refletem a força econômica nordestina. Além dessas, o estudo ressaltou o papel de corporações regionais no equilíbrio e diversificação da economia local, posicionando o Nordeste como um importante eixo industrial e comercial. Leia mais. Ranking revela as 63 maiores empresas do Nordeste – Investindo Por Aí
Já em julho, o Programa de Apoio à Inovação Tecnológica, Tecnova III, anunciou a destinação de R$ 12 milhões para fomentar a inovação em empresas no Piauí. O edital, previsto para o segundo semestre, tem como objetivo financiar projetos de startups e empresas locais com alto potencial de mercado. Essa iniciativa busca ampliar a competitividade da região, tornando-a referência em tecnologias inovadoras. Leia mais. Arquivos Tecnova – Investindo Por Aí
Ainda no mesmo mês, a SPIC Brasil inaugurou seu terceiro complexo fotovoltaico no Nordeste, localizado em Pernambuco. O empreendimento faz parte de uma estratégia de expansão da empresa em energia renovável, contribuindo para a geração de energia limpa e para a redução das emissões de carbono. Além de impulsionar a economia local, o projeto reforça o protagonismo do Nordeste na produção de energia solar no Brasil. Leia mais. Arquivos SPIC – Investindo Por Aí
Em agosto, o Complexo Portuário de Suape, em Pernambuco, registrou um crescimento de 5,2% na movimentação de cargas em 2024 e anunciou planos para criar uma rota direta com a China. Essa nova conexão promete impulsionar as exportações nordestinas, especialmente de frutas tropicais e insumos industriais, ampliando o alcance global dos produtos locais. O porto também segue atraindo investimentos em energia limpa, consolidando-se como um hub logístico estratégico para o Brasil. Leia mais. https://investindoporai.com.br/suape-registra-crescimento-de-52-na-movimentacao-de-cargas-em-2024-e-aposta-em-rota-direta-para-a-china/
Por fim, o Porto do Recife projetou um crescimento de 30% na movimentação de cargas em 2024, com destaque para o aumento nas exportações de açúcar. Esse avanço é resultado de melhorias na infraestrutura portuária e do fortalecimento da produção agrícola pernambucana. O açúcar, principal produto escoado pelo porto, tem como destino mercados internacionais, gerando divisas e movimentando a economia local. Leia mais. https://investindoporai.com.br/porto-do-recife-deve-fechar-2024-com-crescimento-de-30-nas-movimentacoes/
Esses acontecimentos mostram o papel do Nordeste em setores como energia renovável, inovação tecnológica e infraestrutura, contribuindo diretamente para o desenvolvimento da região e da economia nacional.
Depois de setembro, as notícias e oportunidades só aumentaram:
O Nordeste registrou avanços econômicos significativos no último quadrimestre de 2024, superando a média nacional em indicadores chave como o mercado de trabalho, a inflação e o crescimento da atividade econômica. Segundo dados do Banco do Nordeste (BNB) e da Fundação Getulio Vargas (FGV), a região demonstrou resiliência frente aos desafios estruturais, se destacando na criação de empregos, controle da inflação e recuperação dos setores de serviços e comércio.
A região tem se consolidado como um grande potencial de crescimento, impulsionada por uma série de fatores estratégicos e investimentos em diversas áreas. Sempre destacando-se pela sua riqueza cultural e diversidade, tem apresentado avanços significativos no desenvolvimento econômico, especialmente nos setores de agricultura, crédito e na recuperação das áreas mais afetadas pelos impactos da crise.
Em setembro de 2024, o mercado de trabalho no Nordeste apresentou um saldo positivo, com a criação de 77,1 mil empregos formais, o que corresponde a 31,1% do total de vagas geradas no Brasil, de acordo com dados do Banco do Nordeste e da FGV. A taxa de desocupação na região caiu para 8,7%, alcançando o menor nível desde 2012. No entanto, as disparidades entre os estados permanecem evidentes: o Ceará, com 6,7%, registrou a menor taxa de desemprego, enquanto Pernambuco, com 10,5%, foi o estado com o maior índice.
Em relação à inflação, a região registrou uma variação de 0,47% em outubro de 2024, ligeiramente abaixo da média nacional de 0,56%. Esse comportamento reflete a desaceleração dos preços observada nos meses anteriores, impulsionada por fatores como a energia elétrica e os grupos de alimentação e transportes. A inflação acumulada no ano até outubro foi de 3,78%, com Aracaju e Recife apresentando as menores variações de preços, segundo divulgado pela FGV.
No campo da atividade econômica, a região registrou um crescimento de 4,4% no trimestre até setembro de 2024. Os setores de serviços e comércio foram os principais responsáveis pelo avanço, enquanto a indústria, embora tenha enfrentado desafios pontuais, registrou uma expansão de 7,4% em setembro em comparação ao mesmo mês do ano anterior.
Já de acordo com o Banco do Nordeste, o comércio exterior do Nordeste também teve um desempenho relevante. Estados como Maranhão, Piauí e Bahia apresentaram superávits comerciais, enquanto Pernambuco e Ceará enfrentaram déficits consideráveis.
O quadro fiscal da região também apresentou melhorias, com destaque para a capacidade de pagamento (CAPAG) de estados como a Bahia e a Paraíba, que alcançaram a nota A em 2023. Esse aprimoramento fiscal abre portas para novos investimentos em infraestrutura e outros setores estratégicos. Entretanto, o endividamento público em estados como Sergipe tem mostrado sinais de elevação, o que exige uma gestão fiscal mais rigorosa.
O setor agrícola também registrou expectativas positivas. A produção de grãos para a safra de 2025 é estimada em 26,5 milhões de toneladas, um crescimento de 2,7% em relação ao ano anterior, segundo o IBGE. As culturas de soja e milho são as que devem impulsionar esse aumento.
No campo do crédito, a região apresentou um crescimento significativo nas operações financeiras. Estados como Espírito Santo e Piauí se destacaram pelo aumento expressivo nas concessões de crédito, refletindo uma recuperação econômica gradual, conforme informações do Banco do Brasil e da FGV.
A expectativa é que, nos próximos anos, o Nordeste continue a expandir suas áreas de crescimento, adotando medidas que promovam a inclusão e a melhoria das condições de vida da população, além de fortalecer a infraestrutura e os serviços.
Neste cenário promissor, diversos temas têm se destacado e se tornado pauta no cenário econômico, sendo abordados de forma detalhada no Investindo Por Aí. Entre os tópicos mais relevantes estão as inovações no setor agrícola, o aumento da oferta de crédito e as estratégias para impulsionar a recuperação dos setores mais afetados pela crise. Acompanhe a seguir os principais assuntos que ganharam atenção no Nordeste e que têm gerado impactos no desenvolvimento da região:
Reforma tributária e nova lei de atualização de imóveis geraram preocupações no mercado imobiliário
A recente aprovação da reforma tributária e a sanção da nova lei de atualização de bens imóveis estão gerando preocupações no mercado imobiliário. A reforma, que inclui aumento de alíquotas e a introdução do Imposto sobre Valor Adicionado (IVA), pode elevar a carga tributária em até 50%, impactando as incorporadoras e o consumidor final, o que pode encarecer os imóveis e prejudicar projetos habitacionais. O advogado Sérgio Papini destaca que, embora haja ajustes, o aumento da carga tributária afetará os custos de construção e repassará parte do custo ao preço dos imóveis.
Além disso, a Lei nº 14.973, sancionada em setembro, permite a atualização do valor dos bens imóveis para fins de Imposto de Renda. A atualização deve ocorrer até 15 de dezembro de 2024, com pagamento de 4% sobre a diferença entre o valor de mercado e o custo declarado. A Receita Federal publicará instruções sobre o procedimento, que deverá ser incluído na Declaração de Ajuste Anual de 2025.
FIEA defendeu redução da Selic para estimular crescimento econômico e combater crise de crédito
Em setembro, a Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA) se posicionou em favor de uma política monetária que favorecia o crescimento econômico do Brasil, com ênfase na necessidade de redução da Selic, que atualmente está em 10,5%.
A alta dos juros vem gerando uma crise de crédito no país, afetando a competitividade e limitando o crescimento das empresas. José Carlos Lyra de Andrade, presidente da FIEA, alertou que a atual taxa prejudica a economia e o setor industrial.
Além disso, especialistas como Dielze Mello e Victor Hortêncio destacam que os juros altos, juntamente com a inflação e a possível escassez de insumos internacionais, colocam o Brasil em uma posição desafiadora. Para superar esse cenário, é necessário um alinhamento político e novos acordos comerciais que tornem os produtos brasileiros mais competitivos no mercado global.
Nordeste enfrenta escassez de profissionais qualificados em mobilidade elétrica
A pesquisa “Mobilidade Elétrica”, divulgada em setembro de 2024, revelou que 89,3% das empresas no Nordeste enfrentam dificuldades em encontrar profissionais qualificados para atuar com veículos elétricos. Esse cenário tem impactado diretamente as empresas da região, com 46,2% delas relatando acúmulo de serviços e 30,8% registrando prejuízos financeiros.
Em resposta à carência de mão de obra especializada, o SENAI-RN anunciou novos cursos de capacitação para profissionais com e sem experiência na área, como “Princípios do Veículo Elétrico” e “Trabalho Seguro em Veículos Elétricos com Alta Tensão”.
Essas ações visam fortalecer o setor e preparar o mercado local para a crescente demanda por veículos elétricos, com o objetivo de atender tanto a expansão do mercado quanto às necessidades de manutenção e segurança no setor.
Agronegócio nordestino mantém superávit de US$ 6,36 bilhões, impulsionado pela soja e celulose
Nos primeiros sete meses de 2024, o agronegócio do Nordeste registrou um superávit de US$ 6,36 bilhões, com exportações atingindo US$ 7,78 bilhões, um aumento de 5,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. As importações somaram US$ 1,42 bilhão, um crescimento de 13,3%, refletindo uma expansão significativa do comércio exterior agrícola na região. Esses números contrastam com o déficit de US$ 8,64 bilhões nos demais setores da economia regional, evidenciando a força do agronegócio no Nordeste.
O desempenho positivo foi impulsionado principalmente pelo complexo da soja, que, apesar de uma redução de 15,4% no valor das exportações devido à queda nos preços internacionais, representou 46,1% das vendas externas do Nordeste. A quantidade de soja embarcada cresceu 9,3%. Além disso, o setor de produtos florestais, especialmente a celulose, teve um crescimento expressivo de 29,6%, atingindo US$ 1,40 bilhão. O complexo sucroalcooleiro também se destacou com aumento de 41,3%, totalizando US$ 800 milhões.
Apesar de o Nordeste ter enfrentado desafios nos preços internacionais das commodities agrícolas, a expectativa é que as exportações e importações do agronegócio continuem a crescer, mantendo o saldo positivo e reforçando a importância do setor para a economia regional e nacional.
Imóveis em João Pessoa apresentam alta de 1,94% em setembro, aponta FipeZAP
Em setembro, os preços dos imóveis em João Pessoa subiram 1,94%, atingindo R$ 6.754,00 o metro quadrado, segundo o Índice FipeZAP. A cidade foi uma das que registraram maior valorização entre as 22 capitais avaliadas. No acumulado de 2024, João Pessoa lidera a alta no Nordeste, com aumento de 13,26%, e, nos últimos 12 meses, a valorização foi de 17%. O Índice FipeZAP de Venda Residencial teve uma alta de 5,88% em 2024, superando a inflação. Imóveis com três dormitórios destacaram-se com valorização de 7,62%.
BNDES anunciou R$ 100 bilhões para apoiar microempresas e pequenos negócios
Outubro começou com o anúncio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre a liberação de R$ 100 bilhões em crédito para microempreendedores individuais (MEIs) e micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), por meio do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (FGI PEAC). O objetivo era realizar mais de 200 mil operações nos próximos 18 meses, sem a necessidade de novos aportes da União. O sucesso da gestão do programa, que apresentou uma inadimplência de 5,7%, permitiu a alavancagem dos recursos sem custos adicionais ao Tesouro Nacional.
A medida buscou impulsionar investimentos e gerar empregos, especialmente no setor das pequenas empresas, que são fundamentais para a economia brasileira. Com R$ 30 bilhões esperados para serem injetados até o final de 2024, o FGI PEAC contabilizou R$ 160 bilhões em crédito desde sua criação, beneficiando mais de 335 mil operações.
Paraíba se destacou como destino de investimentos no Nordeste com grandes projetos turísticos
No mês de outubro, a Paraíba se consolidou como um dos principais destinos de investimentos no Nordeste, recebendo a nota máxima de gestão fiscal por quatro anos consecutivos e uma classificação AAA da SP Global Rating. O maior projeto em desenvolvimento no estado é o Polo Turístico Cabo Branco, com investimentos de R$ 1,7 bilhão, que inclui resorts, um parque aquático, um parque temático e um Boulevard inspirado no movimento Armorial de Ariano Suassuna.
O Polo também atrai grandes investimentos do setor hoteleiro, como o maior resort do Grupo Tauá, que gerará 2 mil empregos diretos e indiretos. Outros empreendimentos, como o Jampa Ocean Palace Resort e o Amado Bio & Spa Hotel, reforçam a transformação da região em um dos principais complexos turísticos do Nordeste. Além disso, a solidez fiscal e a localização estratégica do estado, com investimentos em infraestrutura, têm atraído empresas de grande porte, como Magalu e Colgate. O Porto de Cabedelo também contribuirá para ampliar a logística na região, que deve registrar o maior crescimento do PIB em 2024, projetado em 6,8%.
Senac promove Semana de Gastronomia 2024 em parceria com a Setur/AL
Entre 14 e 18 de outubro, o Senac, em colaboração com a Secretaria de Estado do Turismo de Alagoas (Setur/AL), realizou a Semana de Gastronomia 2024, com o objetivo de capacitar e atualizar profissionais do setor. O evento contou com cerca de 350 participantes e ofereceu oficinas e palestras gratuitas sobre temas como animação turística, bolos decorados e a importância do idioma no turismo.
A Semana de Gastronomia também celebrou o terceiro aniversário do Centro de Gastronomia do Senac Alagoas, que tem sido fundamental na formação de profissionais qualificados para o mercado de trabalho. A iniciativa, que contou com o apoio da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), destacou a crescente demanda por mão de obra qualificada na área de alimentação e a importância de parcerias institucionais para atender a essa necessidade.
João Pessoa é destaque global como um dos destinos turísticos que mais crescem no mundo
Em novembro, João Pessoa, capital da Paraíba, foi reconhecida como um dos destinos de maior crescimento turístico mundial, ocupando a terceira posição no ranking da Expedia e Booking.com. O Aeroporto Internacional Presidente Castro Pinto, que superou 1 milhão de passageiros, é o terminal mais movimentado do Nordeste.
O aumento do turismo reflete os investimentos em promoção e infraestrutura, atraindo turistas internacionais e impactando positivamente a economia local. Além disso, o mercado imobiliário e pequenos empreendedores também se beneficiam dessa expansão. A cidade se destaca por suas experiências autênticas e continua se preparando para o futuro, com novos investimentos no Polo Turístico Cabo Branco.
Indústria nordestina apresenta crescimento significativo em 2024, aposta em inovação e infraestrutura
Continuando com o mês de novembro, a indústria nordestina registrou avanços importantes, com um crescimento de 1,2% no acumulado de janeiro a agosto, apesar de um recuo de 0,8% em agosto. A expansão foi atribuída a incentivos fiscais, financiamentos e à recuperação do consumo das classes emergentes. O setor de transformação, em particular, apresentou crescimento em 11 das 14 atividades analisadas, destacando-se em borracha, plástico e bebidas.
O presidente da Fiea, José Carlos Lyra, destacou o fortalecimento da indústria local, impulsionado por investimentos em setores como energias limpas, automóveis híbridos e o Complexo Industrial da Saúde. No entanto, a indústria extrativa sofreu retração devido à queda na produção de petróleo e gás, afetando o desempenho global do Nordeste.
O cenário demonstrou ser promissor, com sinais de recuperação pós-pandemia e uma expectativa positiva para o setor industrial em 2024, somando com o crescimento em empregos e investimentos.
Agrinordeste impulsiona o crescimento do agronegócio no Nordeste com inovação e capacitação
A 31ª edição do Agrinordeste, realizada de 7 a 10 de novembro no Centro de Convenções de Pernambuco, foi um evento importante para o fortalecimento do setor agropecuário no Nordeste. Com foco em capacitação e inovação, o evento reuniu produtores, empreendedores e especialistas, promovendo oportunidades de negócios e o desenvolvimento de práticas sustentáveis e tecnológicas.
Com 320 estandes, 190 palestras e 120 oficinas, o Agrinordeste abordou temas como políticas públicas, novas tecnologias e demandas ambientais. Entre os destaques, esteve a Carreta Agro pelo Brasil, que trouxe experiências interativas e atraiu investidores. Além disso, a feira fortaleceu a rede de apoio aos pequenos produtores e estimulou a comercialização de produtos regionais.
O evento também contou com demonstrações de tecnologias como drones na agricultura e realidade virtual para simulações de ambientes de produção, reforçando o papel do Agrinordeste como catalisador do crescimento econômico e da inovação no agronegócio nordestino.
Nordeste é líder na produção de manga e impulsiona o agronegócio com inovações tecnológicas
O Nordeste do Brasil se consolidou como a principal região produtora de manga do país, responsável por 76% da colheita da safra 2023/24, com destaque para a Bahia e Pernambuco.
A Bahia, maior produtora, colheu 704 mil toneladas, enquanto Pernambuco produziu 602 mil toneladas. A combinação de clima favorável, solos férteis e tecnologias avançadas de irrigação foram essenciais para o aumento de 52% no valor da produção entre 2022 e 2023.
A manga nordestina também é fundamental nas exportações brasileiras, com mercados na União Europeia, Estados Unidos e Canadá, embora desafios como barreiras fitossanitárias ainda sejam enfrentados. As perspectivas para 2024 são positivas, com crescimento nas exportações e segurança hídrica garantida pelos bons volumes de chuvas.
Pernambuco é avaliado com Capag B+ e recupera credibilidade fiscal
Em novembro, Pernambuco obteve a nota B+ na Capacidade de Pagamento (Capag) pelo Tesouro Nacional, referente ao exercício de 2023, marcando um avanço significativo em relação à nota C do ano anterior.
Essa melhoria reflete a recuperação fiscal do estado, resultado de ações estratégicas como o Plano de Qualidade do Gasto, que otimizou recursos públicos. A nota B+ foi alcançada com base em critérios como controle de gastos, capacidade de honrar compromissos de curto prazo e dívida pública controlada.
A conquista abre portas para captação de recursos com condições mais favoráveis e fortalece a credibilidade do estado no mercado financeiro, com perspectivas de avanços futuros.
Crescimento do PIB nacional e participação do Nordeste no 3º trimestre de 2024
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro atingiu R$ 2,989 trilhões no terceiro trimestre de 2024, com um crescimento de 0,9% em relação ao trimestre anterior e de 4% em comparação com o mesmo período de 2023, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado no mês de dezembro.
Estima-se que os estados nordestinos tenham contribuído com R$ 412,5 bilhões para o PIB nacional, representando 13,8% do total, mantendo a mesma participação de 2022. O crescimento reflete avanços em setores como serviços, indústria, infraestrutura e iniciativas públicas, evidenciando o dinamismo econômico da região.
Potencial das rochas ornamentais da Paraíba: Estudo do SGB abre oportunidades para o setor
O Serviço Geológico do Brasil (SGB) mapeou 25 áreas e 53 novas ocorrências de rochas ornamentais na Paraíba, destacando minerais como o Azul Sucuru e a Amazonita, com alto potencial para o mercado nacional e internacional. A pesquisa visa atrair investimentos para o setor, gerando empregos e aumentando a arrecadação estadual. O estado, com suas características geológicas favoráveis, oferece grande diversidade de rochas e uma infraestrutura propícia para a exploração mineral.
A Paraíba já é reconhecida no mercado internacional por sua qualidade de rochas ornamentais, com destaque para os Estados Unidos, China e Itália como principais compradores. O governo estadual, por meio de incentivos financeiros e políticas públicas, busca fortalecer a cadeia produtiva, equilibrando a exploração mineral com a preservação ambiental.
O setor de rochas ornamentais é um importante gerador de empregos, e com o aumento da exploração, pode impulsionar a economia local. A Paraíba está se posicionando como um polo estratégico para a mineração, com planos de atrair investidores internacionais e fortalecer a competitividade do Brasil no mercado global.
Ferrovia Transnordestina recebe R$3,6 bilhões para conclusão e impulsiona desenvolvimento regional
Em dezembro, a Ferrovia Transnordestina recebeu um aporte de R$3,6 bilhões do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) para concluir o trecho entre Eliseu Martins (PI) e o Porto do Pecém (CE). O investimento, parte do Novo PAC, será realizado em quatro etapas, com a Fase 1 prevista para 2027. O projeto, com 1.209 km de extensão e passando por 53 municípios, visa impulsionar o desenvolvimento regional e conectar o interior do Nordeste aos portos de Pecém e Suape.
Atualmente, 62% das obras estão concluídas, com R$7,1 bilhões já investidos de um orçamento total de R$15 bilhões. O projeto, que enfrentou atrasos e revisões orçamentárias desde seu início em 2006, visa transportar grãos, fertilizantes, cimento e minério, com um impacto econômico significativo, incluindo a redução de 25% a 30% nos custos logísticos. A ferrovia impulsionará o crescimento da produção agrícola, favorecendo setores como agroindústria e mineração e atraindo novos investimentos para a região.
Suape registra crescimento na movimentação de cargas e expande operações para a Ásia e sustentabilidade
O Complexo Industrial Portuário de Suape registrou crescimento de 5,2% na movimentação de cargas nos primeiros dez meses de 2024, totalizando 21 milhões de toneladas. O destaque foi agosto, com 2,7 milhões de toneladas, e um aumento de 10% nas atracações, totalizando 1.381 embarcações. A expectativa é que, até dezembro, o porto movimentará cerca de 23 milhões de toneladas.
Suape passou a receber navios New Panamax, com impacto no transporte de carga conteinerizada, especialmente no comércio com a Ásia, através de uma rota conectando o porto à China e outros destinos. Isso beneficia a exportação de produtos como uvas de Petrolina.
O porto também investe em sustentabilidade, com um terminal de contêineres 100% eletrificado previsto para 2026 e a instalação de uma planta de e-metanol, além de ser líder nacional na movimentação de granéis líquidos. Em 2025, a Refinaria Abreu e Lima deverá expandir suas operações, aumentando a movimentação de petróleo e derivados.
Suape, com localização estratégica a 40 km de Recife, conecta-se a mais de 250 portos, consolidando-se como hub logístico crucial para o Nordeste e o Norte do Brasil.
Nordeste lidera transformação com o Programa Paul Singer de Economia Solidária
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) lançou, em dezembro, o Programa Paul Singer de Agentes de Economia Popular e Solidária, com o objetivo de promover a inclusão social e o desenvolvimento sustentável. A cerimônia de abertura ocorreu em Brasília, e durante a semana, coordenadores estaduais receberam capacitação.
O programa visa expandir a economia solidária no país, com foco em políticas públicas e apoio a empreendimentos locais, especialmente no Nordeste, onde a economia solidária tem se mostrado um modelo de transformação. Dos 54 coordenadores selecionados, 36 são mulheres, destacando o papel feminino na liderança das iniciativas. O governo espera dobrar o número de agentes em 2025, fortalecendo ainda mais o impacto do programa.
Impactos e soluções sobre o desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek entre Maranhão e Tocantins
O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek, entre Maranhão e Tocantins, no último domingo (22), deixou oito mortos e nove desaparecidos, além de graves impactos econômicos e ambientais. A ponte, vital para o transporte de mercadorias como soja e para o escoamento agrícola, foi construída nos anos 60 e estava em condições críticas, segundo o DNIT. O acidente também resultou no vazamento de substâncias perigosas, como ácido sulfúrico e defensivos agrícolas, contaminando o rio Tocantins e afetando municípios a jusante.
O governo federal destinou R$ 100 milhões para a reconstrução da ponte, e balsas serão instaladas para a travessia entre os estados. O impacto logístico é imediato, com aumento de custos no transporte, o que poderá elevar os preços dos produtos. O economista Higor Franco destaca que a alta no custo logístico pode gerar inflação, afetando principalmente a população local.
A Agência Nacional de Águas (ANA) está monitorando a qualidade da água e a possibilidade de danos à fauna e flora devido ao vazamento. O processo de recuperação da região será lento e exigirá políticas fiscais e um estudo técnico rigoroso para garantir a segurança da reconstrução da ponte.
Pesquisa mostra que mais brasileiros vivem de aluguel e as capitais do Nordeste aparecem no topo desse crescimento
O número de brasileiros vivendo em imóveis alugados tem crescido significativamente. Segundo o Censo Demográfico de 2022, 20,9% da população, equivalente a 42,2 milhões de pessoas, mora de aluguel. Esse número representa um aumento de mais de 50% nos últimos 20 anos. Enquanto a maioria ainda possui casa própria, a proporção tem diminuído gradualmente, com a locação de imóveis apresentando um crescimento estável desde os anos 2000.
O aluguel é visto como um reflexo positivo da urbanização e melhora na renda, com maior demanda nas cidades. No entanto, ele também representa um desafio econômico, especialmente para grupos vulneráveis, como mães solo, que comprometem parte da renda com a moradia.
No Nordeste, cidades como Natal e Maceió lideram o aumento dos imóveis alugados, com Maceió enfrentando uma valorização do mercado devido a fatores como o crescimento do turismo e a crise gerada pelo afundamento de bairros. Apesar de positivo para a economia, o aumento no aluguel pode ser um fardo para muitas famílias, especialmente as de menor renda, que buscam opções mais acessíveis.
Nordeste em crescimento: perspectivas de expansão e recuperação para o futuro econômico da região
Em conclusão, o Nordeste está em um momento importante de transformação e crescimento, com uma clara aposta na expansão de setores-chave como a agricultura, o crédito e a recuperação de áreas mais afetadas pela crise.
As estratégias adotadas para impulsionar esses segmentos são fundamentais para garantir que a região continue a prosperar nos próximos anos, atraindo mais investimentos e oferecendo melhores condições de vida para sua população.
O foco em inovação e sustentabilidade, aliado ao fortalecimento da infraestrutura, promete tornar o Nordeste ainda mais competitivo e integrado ao cenário nacional e internacional. Com o acompanhamento atento do Investindo Por Aí, é possível ficar de olho nos avanços e nas oportunidades que surgem em um dos maiores polos de desenvolvimento do Brasil.